Thursday, April 08, 2010

Marcas brancas pesam 25 por cento no sector do retalho


Ana Rute Silva, Jornal Publico, 25.11.2009

É uma tendência que veio para ficar. As marcas brancas já valem entre 20 a 25 por cento das vendas totais no sector do retalho em Portugal, revela a consultora A.T. Kearney. Segundo o Global Retail Development Index, que avalia a actividade retalhista em 30 países, o mercado português vai sofrer “cada vez maior pressão das cadeias de discount e hard discount” – como o Lidl ou o Minipreço – e assistir ao crescimento das marcas brancas, tanto nos retalhistas de desconto como nas grandes cadeias de distribuição.

Jose Ignacio Nieto, director para o sector na A.T. Kearney em Espanha e Portugal, garante que a rentabilidade das empresas vai cair em 2009, ajudada não só pelo peso crescente dos produtos sem marca mas também pelas opções dos consumidores.

“Quando compramos produtos da marca do distribuidor, optamos pelos mais básicos. Por exemplo, em vez de comprarmos a massa enriquecida com vitaminas, levamos a massa mais básica. São produtos de menosvalor acrescentado e isso afecta as margens”, disse ao PÚBLICO.

A juntar a estes factores, está a elevada percentagem de clientes que opta por adquirir bens em promoção. Contas feitas, cadeias de discount e hard discount “estão a ganhar quota à custa dos retalhistas”. “Em Espanha, o Dia e o Lidl ganharam este ano três pontos de quota, o que é imenso”, ilustra Jose Ignacio Nieto, sem apontar dados de Portugal .

O estudo da A.T. Kearney identifica “oportunidades de expansão internacional” de alguns conceitos desenvolvidos pelos maiores operadores de distribuição, como os formatos Worten, SportZone ou Zippy (da Sonae Distribuição). Com um mercado “pequeno e consolidado”, gigantes como a Jerónimo Martins (dona do Pingo Doce e Feira Nova) “precisam de procurar novos mercados ou diversificar formatos”, sobretudo no não alimentar.

No retrato internacional, a Índia mantém-se como o país mais atraente para a expansão das grandes cadeias internacionais. É o segundo maior do mundo, com mil milhões de habitantes, e atrai o investimento retalhista com uma baixa infl ação e reduções nas rendas dos espaços comerciais na ordem dos 40 por cento.

Depois da Índia, a Rússia, a China, os Emirados Árabes Unidos ou Arábia Saudita, o Vietname, o Chile ou o Brasil constam na lista dos países mais atractivos para este sector.

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